segunda-feira, 11 de maio de 2015

Vitórias e Derrotas







Vitória; efêmera, fugaz, perecível.
 
Derrota; perene, marcante, definitiva.
 
Vencer hoje para se perder amanhã.
 
Sem sentido, tudo isso...
 
Há  algum sentido em alguma coisa?
 
Na vida, na morte?
 
O que há para vencer?
 
O que há para perder?
 
Viver é ser, ou é estar?

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Tudo o que não se pode deixar para trás.

Faz dois anos que comecei a viver mais leve. Fui deixando o peso das bagagens para trás. E eram tantas, mas tantas, que a minha viagem estava se tornando tão pesada, que estagnei. Havia parado no tempo e na vida. Confesso que comecei a me livrar dessa pesada bagagem por razões alheias à minha vontade. Mas não importa a razão, não importa de onde veio, se de fora ou de dentro, pois até saber isso é uma bagagem pesada para se carregar.

Não foi fácil, principalmente no início. Estamos tão acostumados a viajar com malas pesadas, que nos fazem sofrer mas nos dão um certo alívio em tê-las. Nos agarramos às bagagens por medo, insegurança ou até por um masoquismo intrínsico do ser humano. Mas hoje tenho consciência de que estava pesado demais para a minha jornada, mas sei também que ainda tenho algumas malas para me livrar.

Assim, as pesadas bagagens cheia de crenças, certezas, condicionamentos, sentimentos, mágoas e outras que nem sei o que são foram ficando para trás. Há dois anos, encarei a morte de frente. Estar aparentemente saudável, e descobrir a vulnerabilidade da vida em  uma doença silenciosa e fatal foi o inicio de um despertar. Me fez ver a vida como nunca tinha visto. Me descobri. E também descobri as pessoas que estavam ao meu lado.

Dessa perspectiva meu mundo mudou, meu pensamento mudou e fui mudando aos poucos. Passado o momento mais critico e tendo sucesso no tratamento, minha vida virou pelo avesso logo depois. A separação de um casamento de 10 anos foi sofrida, dolorida mas um grande aprendizado. Nesse momento estava deixando para trás um caminhão de mudança. Quilos de certezas, apegos, condicionamentos, sentimentos foram dolorosamente abandonados.

É engraçado como sofremos por deixar essas bagagens sem utilidade. Choramos para no próximo momento nos percebemos mais leves. E mais alegres também. A separação me fez ver que não somos donos de nada e de ninguém. E que ter algo ou alguém pode ser sinônimo de sofrimento. Amar sem ter, amar sem controlar. Amar por amar é o que há de mais real, e o melhor; não é bagagem e não pesa.

Descobri que não sou minhas crenças. Não sou minhas atitudes. Não sou o que faço ou deixei de fazer. Não sou o que tenho.Não sou o que penso ou sinto. Não sou o que construi. Não sou a minha personalidade. Tudo isso são bagagens pesadas que carregamos sem nenhum propósito.

Sou algo indefinível e infinito. Todos nós somos. Sou uma essência que transcende a realidade que me cerca. Crio a minha realidade através da minha mente e dos meus pensamentos. Viver intensamente é o que almejo. Sem bagagens para atrapalhar. Viver leve e plenamente. E nada carregar. A não ser o amor no coração. Pois isso é  tudo o que não se pode deixar para trás.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vazios e Preenchimentos



Solidão que persiste.
Sentimento que resiste.
Um vazio que vem de dentro.
E o que de fora vem acaba em desalento.

Só há uma coisa a fazer:
voltar-se para dentro,
e tentar buscar lá
esse complemento.

Pois deve ser somente de dentro,
desse mundo que fervilha,
ilumina, brilha e multiplica,
que esse vazio terá seu  preenchimento.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

De Volta à Casa





Nascemos deprovidos.
Para essa vida nada trazemos.
Como exilados, todos chegamos.
Seria a vida, um exílio?

E nada disso é mera constatação.
Pois quem na vida nunca teve tal sensação?
Na minha, sempre.
Apesar de toda a ilusão do mundo.

Mas não procure explicação lá fora.
Fora de si, só existe o vácuo.
Ou no máximo um espelho.
O mundo é um espelho, reflexo de nós mesmos.

Não há mundo a explorar.
E nem mundo para estar.
Não estamos e nunca estivemos.
Nós somos o mundo!

Mas apesar de tudo.
A volta pra casa está garantida.
Pois não há nehum outro lugar para ir.
Que não seja de volta à casa.







quinta-feira, 26 de junho de 2014

Eu Sou


 
Sou o que sou.     
Um universo de possibilidades.
Infinitas e multidimensionais.
Meu mundo é meu reflexo.

Sou criador e criatura.
Minha vida, minha obra.
Reflexo de tudo que penso, imagino.
Toda energia que de meu universo vibra.

Sou  eterno e atemporal.
A energia do hoje, do agora.
O passado é energia morta.
O futuro, abstração mental.

Sou um com todo o universo.
O universo todo é um comigo.
O tudo e o nada.
Sou o que sou.





domingo, 4 de maio de 2014

Alma de Menino




Chicama, Peru - Era provavelmente o verão do ano de 1987, estava por volta dos quatorze anos de idade e havia me encantado com um esporte relativamente novo para o grande público e também era um pouco exótico para um adolescente de São Paulo, por ser um esporte marítimo. Era o surfe, o esporte em que se desliza pela crista da onda com uma prancha feita de fibra com quilhas na parte de baixo da prancha.

Naquela época só se via o surfe nas praias ou pelas revistas especializadas. Eu havia começado a aprender há pouco tempo, sempre quando ia à praia com meus pais que naquela época tinham uma casa na tranquila praia do Guaiúba no Guarujá, umas das cidades que foram palco do surgimento do esporte.

Um dia ao ir ao mercado com minha mãe passei por uma banca de jornal é vi uma edição especial da Revista Fluir sobre viagens. Eram matérias recheadas de fotos dos lugares mais exóticos do planeta, onde havia ondas perfeitas para o surfe. Naquela época as revistas eram muito caras e tive que implorar por vários dias até que minha mãe me desse o dinheiro para comprar a tal revista.

E com a revista em mãos, tive a primeira visão do paraíso. Uma onda sem fim, muito longa e extremamente perfeita, num lugar isolado ao norte do Peru. Um lugar inóspito, extremamente seco e sem vegetação alguma, rodeado por uma montanha rochosa e dunas de areia. A matéria era taxativa: a onda mais perfeita e longa do planeta Terra.

Nessa época eu já havia me tornado um "viciado" no esporte. Mal sabia eu que o surfe é muito mais que um esporte. É um estilo de vida. É uma forma de expressão. É arte com o corpo em movimento. É pura liberdade. E que minha vida seria marcada para sempre pelo esporte dos antigos reis da Polinésia.

O surfe me conectou com pessoas, com lugares e definitivamente com o mar. A paixão pelo mar, pela aventura, por conhecer o mundo, acabou por determinar meus caminhos, meus amigos e os lugares por onde passei. Pessoas maravilhosas que conheci e lugares como México, Indonésia, Havaí, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Califórnia, e quase toda a costa do litoral brasileiro.

E se passaram vinte e sete anos, inúmeras viagens, amigos e ondas surfadas. Mas eis que Chicama, no Perú, a tal onda da revista havia se perdido. Por uma razão inexplicável tinha ficado para trás. Mas a vida é algo realmente mágica e sempre reservas surpresas.

E são essas surpresas da vida que a tornam encantadora. Há cerca de dois meses atrás, recebo a ligação de um amigo de infância, Marcelo, vizinho da casa de praia dos meus pais no Guarujá, me chamando para um viagem justamente àquela onda dos meus sonhos. Exatos um ano meio depois de ter descoberto um tumor na cabeça que quase me matou. Depois de uma recuperação difícil e de uma separação dolorida de um relacionamento de quinze anos. A vida me brinda com um amigo me chamando para realizar um sonho de menino, esquecido dentro de mim pelo tempo e pelas coisas da vida.

E cá estou, pela primeira vez no Peru, ao norte, longe da capital Lima, da turística Cuzco. No interior pobre, isolado. Conhecendo um povo amável, verdadeiro. Novos amigos como Percy, Junior, Alberto, Lizbeth. E também surfistas, como Enrique da cidade maravilhosa, Miguel da Venezuela, argentinos, brasileiros de Santa Catarina, de Londrina e tantos outros.

Uma emoção que nunca vou esquecer. Aos quarenta e um anos de idade. Ao entrar no gelado mar do pacífico, na mítica onda peruana, eu me senti como se tivesse de novo quatorze anos de idade, como se não tivesse passado nada entre o dia em que comprei aquela revista e esse dia mágico em que surfei a primeira onda aqui. Estar em Chicama é a realização de um sonho. Estar aqui com um grande amigo   é viver uma experiência que me trouxe algo que nunca imaginei que traria. Trouxe de volta a minha alma de menino. 

                                                                                                            30/04/2014



quinta-feira, 24 de abril de 2014

Decepção



Que ela não seja em vão.

Que do fundo do meu coração,

eu tire dela alguma lição.

E tenha fim a ilusão.



terça-feira, 15 de abril de 2014

De Repente



 
De repente o vento sopra.

E a chuva cai.

De repente o pássaro voa.

E a maré sobe.

De repente se passaram alguns meses.

E me dou conta...

que não foi tão assim, de repente.

Foi aos poucos, de mansinho, quase imperceptível....

Profundo, encantador, quase um sonho, nunca antes sonhado.

De repente são dois mundos.

De repente um só mundo.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Roda Viva



E o relógio virou...
 
O tempo passou.
 
A roda da vida, como um rio,
 
que nunca para de correr.
 
Como o moinho girando ao vento.
 
Ou seria ao sabor do tempo?
 
Mas não importa...
 
A roda viva se encarrega
 
 
de renovar-se a cada dia,

 
 e de trazer, quem diria!

 
O que nunca levou.


 
   

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Luzes do Universo



Não compreendo mas sinto,
dentro mim vários mundos, um universo
de possibilidades, de encantamento,
de tudo que sou e de tudo que é em mim.

Como se a vida de todo o cosmos coubesse
neste pequeno corpo, feito da matéria mais densa
mas que é pura luz, luz condensada, aprisionada.
ainda assim luz.

A mesma luz que se vê nos céus e nas estrelas,
no sol, astro rei desse nosso planeta azul,
que cada dia insiste em nos banhar com seus raios.
A mesma luz que refletida na lua, ilumina as noites.

Não a vejo dentro de mim, mas não ver de nada signifca.
Não vemos o vento, mas podemos senti-lo no rosto.
Não vemos o amor, mas sentimos no peito.
Não vemos a saudade, mas ela dói em nossos corações.

Que essa luz condensada se una a luz do universo.
Que o universo dentro de mim se una ao universo dos outros.
Que a vida interior se una a vida exterior.
Que dessa união venha tudo o que se quer dessa vida : Felicidade.